A Comissão Interna de Prevenção
de Acidentes é vista por muitos como um meio de sobrevivência em tempos de
crise. No famoso “facão”, felizes são àqueles que gozam da estabilidade de
emprego. Em contra partida, ruim para a imagem deste grupo, criado para
contribuir na prevenção de acidentes do trabalho. CIPA não é “cabide de
emprego”, muito menos um “mal necessário”. É a representação do trabalhador na
busca de um ambiente de trabalho mais seguro.
Tarefa difícil ao SESMT é fazer
com que a CIPA seja vista com bons olhos pelo empregador e até mesmo pelos
empregados. Necessário se faz buscar meios para promover a CIPA, com ações que
contribuam positivamente para a imagem deste grupo de trabalho tão importante
dentro da empresa.
Infelizmente, quando pensamos em
CIPA, visualizamos um processo eleitoral burocrático e desmotivador, tanto para
a Comissão Eleitoral, quanto para os eleitores. Somente os candidatos, de certo
modo, se satisfazem durante o evento. Porém, uma vez empossados, geralmente não
atuam como deveriam, quando muito comparecem a umas poucas reuniões ordinárias.
O que podemos fazer para quebrar
este paradigma? Quais ferramentas podem ser aplicadas para melhorar a imagem
deste grupo? Como podemos motivar o cipeiro a atuar e fazer uma boa gestão?
Isto só será possível quando dermos o devido valor a CIPA, e contribuirmos com
sua promoção, de forma inovadora e participativa.
Algumas dificuldades para uma
CIPA atuante e participativa:
1.
Realização do processo eleitoral apenas para o
cumprimento da norma.
2.
Insatisfação por parte dos organizadores; Divulgação
básica, limitada aos editais obrigatórios; Falta de inovação.
3. Descumprimento dos itens da NR5, que gera descrédito
por parte dos empregados; Dimensionamento/enquadramento inadequado da CIPA;
Falha no atendimento aos prazos estabelecidos; Reinício do processo eleitoral; Falha
na divulgação dos editais; Atitudes não fundamentadas na norma.
4.
Curso superficial e/ou com carga horária
reduzida, ou até mesmo a falta deste.
5.
Falta de liberdade para participação nas
reuniões ordinárias e demais atribuições.
6.
Ambiente inadequado para as reuniões, e falta de
recursos para atuação satisfatória.
7.
Falta de fiscalização por parte do MTE e/ou
Sindicato.
Dicas para uma
CIPA motivada e atuante:
Tudo começa com
um processo eleitoral sério e ético que vá além do estabelecido pela norma,
visando à participação tanto dos candidatos quanto dos eleitores. Um processo
eleitoral dinâmico e inovador, com uma comissão eleitoral autêntica e motivada.
Muita informação e ampla divulgação, antes, durante e depois dos trabalhos.
1.
Buscar a automotivação e a excelência.
2. Na medida do possível aderir ao meio eletrônico
de votação. Existem várias opções para isso (votação online, urna do governo,
programa próprio de votação). Na inviabilidade do uso de urna eletrônica,
promover melhorias no processo eleitoral por cédulas e urna: Um local adequado
para instalação da comissão eleitoral e demais recursos necessários. Uma urna
nova ou a antiga revitalizada/decorada, cédulas de votação bem elaboradas,
cartazes coloridos, exposição dos candidatos, auxílio na criação de slogan, liberdade à candidatura e a
ampla divulgação e autopromoção (santinhos, brindes, etc.).
3.
Divulgação dos editais por todos os meios
possíveis (intranet, e-mail, quadro de aviso nas diversas áreas).
4. Realizar todo o processo eleitoral com excelência,
com transparência, dentro do estabelecido pela norma. Evitar atitudes que
promovam a desconfiança dos trabalhadores. Procurar envolver os candidatos em
todas as fases do processo eleitoral, assim como divulgar o andamento deste.
5. Oferecer um curso de prevenção de acidentes
dentro da realidade e perfil da empresa (o uso de slides de outros
profissionais ou empresas baixados da internet, até mesmo por prestação de
serviços pode comprometer a qualidade do evento, e a satisfação do cursando).
Procure desenvolver seu próprio curso, visando aproximar ao máximo os assuntos à
realidade dos trabalhadores. Quando contratar alguém para ministrar o curso,
garantir que o conteúdo atenda o currículo e a carga horária estabelecida pela
norma. Realizar verificação do aprendizado e satisfação do treinando. Vale
lembrar que a norma estabelece o mínimo, podendo ser ampliado conforme sua
necessidade. Assim como, os membros que já cursaram em outras gestões devem
assistir o curso novamente, pois além de necessário, conhecimento nunca é
demais.
6. Viabilizar a participação de todos os membros da
CIPA, efetivos e suplentes, em todas as reuniões e demais atividades como, a
inspeção de segurança e investigação de causas de acidentes. É fato que alguns
cipeiros apresentam justificativas pela ausência, mas a maioria delas incabíveis.
Na verdade a ausência ocorre por simples esquecimento, descaso, e até mesmo
produção.
7. Uma sala limpa, mobiliada e um cafezinho faz toda
diferença, afinal todas as outras reuniões realizadas na empresa tem isso, não
é?
Essas e outras
ações como um e-mail exclusivo da CIPA, página na internet, SIPAT organizada e
com efetiva participação da comissão, mapa de risco elaborado pelos cipeiros e
com a participação dos trabalhadores, envolvimento dos membros da CIPA em alguns
trabalhos realizados pelo SESMT, podem promover a CIPA e garantir uma gestão
que ficará na memória de todos.
Por Sergio
Roberto